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O impacto transformador das bibliotecas escolares

26 de junho de 2024

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Em um mundo digital e virtualizado, com as telas tomando nossa atenção em diferentes circunstâncias, a importância das bibliotecas físicas nas escolas transcende a simples disponibilidade de livros. Elas são espaços fundamentais para o fomento da leitura, desenvolvimento intelectual, socialização e acesso democrático à informação. Nesse contexto, as bibliotecas escolares no Brasil desempenham um papel fundamental, sobretudo diante dos desafios relacionados aos índices de leitura no país.

Segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, a leitura desempenha função central na educação e desenvolvimento dos indivíduos, mas ainda há muito a ser melhorado. Por exemplo, em sua última edição, a pesquisa destacou que o brasileiro lê, em média, cerca de 2,43 livros por ano, dos quais apenas uma fração é concluída. Este número, embora reflita uma leve melhoria em relação a anos anteriores, ainda está longe do ideal quando se pensa no potencial da leitura para o desenvolvimento pessoal e acadêmico.

As bibliotecas físicas nas escolas são essenciais para tentar mudar esse cenário por várias razões. Primeiramente, elas oferecem acesso a uma diversidade de materiais de leitura, o que é primordial para despertar o interesse dos alunos, especialmente em uma idade precoce. A variedade de gêneros, temas e formatos disponíveis pode atender a interesses variados e estimular o hábito de ler desde cedo.

A Fundação Torino tem a leitura como um dos seus pilares para a formação integral de seus alunos. Por isso conta com a biblioteca Dante Alighieri, que abriga um rico acervo composto por obras em italiano, português, francês e espanhol, além de um extenso material audiovisual e obras selecionadas para atender ao projeto pedagógico. Segundo a professora da Scuola Materna Kênia Pimentel, levar os alunos a frequentarem a biblioteca da escola e terem a leitura como hábito é um projeto institucional da Fundação Torino. “Desde a Scuola Materna (educação infantil) os alunos frequentam a biblioteca. Além do acervo riquíssimo, por meio do qual a criança pode ter acesso a diferentes culturas e histórias, a biblioteca Dante Alighieri tem um espaço acolhedor e reservado para as crianças desfrutarem de suas primeiras experiências com o livro”, explica Kênia.

O trabalho com a literatura é essencial na educação infantil, servindo como ferramenta para que as crianças possam organizar seus pensamentos e sentimentos, vivenciar as emoções dos personagens de histórias e contos. Reconhecendo essa importância, a Scuola Materna adotou para o ano letivo o projeto “C’era una Volta” (era uma vez), dedicado à imersão das crianças no mundo dos livros através de atividades que estimulam a leitura e a interação com histórias. Ainda há o projeto “Maleta Literária”, em que as crianças levam um livro para casa em uma maleta especial e, no dia seguinte, compartilham a história lida com os colegas.

Além disso, as bibliotecas escolares são espaços onde os estudantes podem experimentar o prazer da leitura em um ambiente tranquilo e propício ao aprendizado. Professores e bibliotecários desempenham um papel crucial nesse aspecto, atuando como mediadores de leitura e orientando os alunos na escolha dos livros e promovendo atividades de incentivo à leitura. A bibliotecária Vânia Matos de Souza acompanha o dia a dia da biblioteca Dante Alighieri. “Todas as séries são frequentadoras da nossa biblioteca, com atenção especial para os pequenos, que contam com a visita semanal junto às professoras”, comenta. Ela ainda cita o projeto ”Bibliotecando”, voltado para os alunos da Scuola Elementare (ensino fundamental I).

O projeto “Bibliotecando” visa melhorar as habilidades de leitura e interpretação de texto, fomentar a imaginação, criatividade, vocabulário e compreensão do mundo. O desenvolvimento do projeto envolve atividades como empréstimo de livros da biblioteca, leitura em classe e em casa, apresentação das histórias lidas e atividades lúdicas de interpretação.

A Fundação Torino ainda realiza diversas ações e atividades com os alunos da Scuola Media (ensino fundamental II) e Scuola Superiore (Ensino Médio). Aulas e debates são feitos na estrutura da biblioteca, que muitas vezes é usada como sala de aula pelos professores. A biblioteca ainda abriga a sala de redação da Carpe Diem, revista produzida há 27 anos pelos alunos da instituição. A Scuola Media realiza a Feira Literária, com orientação da professora Daniela Mendes, na qual os alunos trocam, além de livros, experiências que tiveram com a leitura dos títulos. Na Scuola Superiore, o projeto “A Educação Transforma”, orientado pela professora Francesca Baggia, visa à promoção da leitura de maneira inclusiva e interativa, focando nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente na educação de qualidade e na redução de desigualdades. O projeto conta com um Clube do Livro e um perfil no Instagram, no qual os componentes do projeto fazem resumos enriquecedores de clássicos da literatura.

Mas a força da leitura ultrapassa as paredes da Dante Alighieri. A Fundação Torino realiza o projeto Divinas Conversas, que traz periodicamente à Escola escritores e profissionais de áreas afins para palestras e debates. Aberto ao público em geral, o Divinas Conversas já recebeu nomes como Mia Couto, Antonio Prata, Marina Colasanti, Caetano Galindo, Antonio Carlos Sechhin e Conceição Evaristo, entre outros. Com grande adesão da comunidade escolar e dos moradores da região, o Divinas Conversas tem êxito em trabalhar a literatura de uma forma acessível e enriquecedora. Para Márcia Naves, diretora-geral da Fundação Torino, “a importância das bibliotecas físicas nas escolas brasileiras é multifacetada e impacta diretamente na formação de leitores competentes, cidadãos críticos e indivíduos preparados para os desafios do século XXI. Investir em bibliotecas escolares é investir no futuro de um país”.